PRIMEIRA IGREJA BATISTA DE JOÃO PESSOA (1914)

Pastor João Borges da Rocha, o fundador

 

PRIMEIRA IGREJA BATISTA DE JOÃO PESSOA

(PRIMEIRA IGREJA BATISTA DA PARAHYBA DO NORTE, 1914)

         A organização.  A Primeira Igreja Batista de João Pessoa foi organizada a 19 de janeiro de 1914, com nome de Igreja Batista da Paraíba do Norte, em Concilio formado pelo missionário David Luke Hamilton e pelo pastor João Borges da Rocha, na residência do casal Julieta e Manoel Pires, situada na Rua do Melão, atual Rua Beaupaire Rohan, tendo como membros fundadores: Manoel Pereira da Costa, Rodolpho Jorge Bentemuller, José Rodrigues Correia, Aprígio Correia da Nóbrega, Joaquim Freire de Mendonça, Francisco Carneiro da Cunha, Antonia Silvina Bentemuller, Archanja Costa, Eugênio José Francisco, João Maximiano Damasceno, Jorge Evangelista dos Santos, Amélia Eugênia da Fonseca, Maria das Neves Pedrosa, Emília Avelino da Fonseca, David Alves Pedrosa.

         A igreja elegeu a diretoria composta dos irmãos João Borges da Rocha (pastor), Aprigio Correia da Nóbrega (secretário), Manuel Pereira da Costa (tesoureiro). A igreja se filiou à União Batista Leão do Norte, que congregava as Igrejas Batistas nos Estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. No mesmo ano a União Batista, razão da extensão do campo, passou a ser chamada de Convenção Batista Regional [MESQUITA, Antonio N. História dos Batistas em Pernambuco, p. 154].

         Assim, na memorável noite de 19 de janeiro de 1914, com a presença do missionário David Luke Hamilton e do pastor João Borges da Rocha, reunidos todos numa casa na antiga Rua da Independência em Jaguaribe, hoje Rua Capitão José Pessoa, dirigem um Culto a Deus e após, realiza-se uma assembleia onde se fez ouvir a declaração de fé de vários irmãos, com promessa de cartas demissórias de suas igrejas, e o pedido de profissão de fé daqueles outros vindos de outra denominação. Depois de ouvi-los em profissão de fé, suspendeu-se a assembleia, seguindo todos até o Rio Jaguaribe, onde foram batizados às 21h. O grupo retornou a casa do culto, onde os irmãos com os pastores presentes, declararam e proclamaram organizada a Primeira Igreja Batista da Paraíba do Norte, sendo membros fundadores: Manoel Pereira da Costa, Rodolpho Jorge Bentemuller, José Rodrigues Correia, Aprígio Correia da Nóbrega, Joaquim Freire de Mendonça, Francisco Carneiro da Cunha, Antonia Silvina Bentemuller, Archanja Costa, Eugênio José Francisco, João Maximiano Damasceno, Jorge Evangelista dos Santos, Amélia Eugênia da Fonseca, Maria das Neves Pedrosa, Emília Avelino da Fonseca, David Alves Pedrosa. Os dois primeiros citados foram eleitos, na casião diáconos da Igreja e Aprígio Correia da Nóbrega, secretário da  Igreja. 

         A Igreja elegeu a direção composta de: João Borges da Rocha (pastor), Aprigio Correia da Nóbrega (secretário), Manuel Pereira da Costa (tesoureiro). A igreja se filiou à União Batista Leão do Norte, que congregava as igrejas batistas nos Estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. Nesse mesmo ano a União Batista, razão da extensão do seu campo, passou a ser chamado de Convenção Batista Regional. O culto de organização da Igreja foi encerrado com o cântico do Hino 518 do Hinário “Salmos e Hinos” usado na ocasião e a Bênção Apostólica impetrada pelo Pr. João Borges da Rocha[MESQUITA, Antonio N. História dos Batistas em Pernambuco, p. 155]. No ano seguinte (1915), no mês de março, Salomão Ginsburg, visitou o Nordeste, pregando na PIB da Paraíba do Norte durante três dias.

         Os primórdios. Os presbiterianos foram os primeiros cristãos protestantes a chegar ao Estado da Paraíba para pregar o Evangelho de Cristo, através do missionário John Rockwell Smith, que iniciou a pregação do Evangelho e organizou a Igreja Presbiteriana da Paraíba (1884). A presença de batistas no Estado levantou críticas ao seu procedimento, por parte do pastor  com relação ao batismo, por imersão. e por não batizar crianças. Esss criticas, todavia, funcionaram de modo diferente do que pretendiam os presbiterianos, fazendo com que alguns da sua Igreja examinassem as Escrituras Sagradas e se convencessem do acerto da posição batista.

         Um grupo de oito irmãos oriundos da Igreja Presbiteriana, depois de ler e comentar, juntos, o Capítulo 3 do Evangelho de João, com referência ao batismo de Jesus, procuraram ouvir a opinião de alguns batistas residentes na capital paraibana, sobre as diferenças do modo de batizar. E manifestaram  o desejo de serem submetidos ao batismo por imersão. Os dois grupos (batistas e ex-presbiterianos) mandaram convidar o Pr. João Borges da Rocha, da Primeira Igreja Batista do Recife, a fim de ouvir mais sobre o assunto e consultar sobre o que fazer por não haver na cidade, igreja ou congregação batista. MESQUITA diz que: Havia um grupo de crentes prontos a professar sua fé, os quais declararam estar de acordo com as normas dos batistas e estarem de coração desejosos de servir a Jesus[5]. Havia também alguns membros de outras igrejas prontos a participar da organização da nova agencia do Reino de Deus. Após a profissão de fé dos novos crentes (8), estes foram batizados no Rio Jaguaribe pelo pastor João Borges da Rocha. Os récem-batzados e membros de outras igrejas batistas residentes na cidade (7), com promessa de cartas demissórias de suas igrejas, pediram sua organização em igreja, a qual  foi organizada com o nome de Primeira Egreja Baptista da Parahiba do Norte.

      O pastorado João Borges da Rocha (1914-1916). João Borges da Rocha assumiu o pasto-rado da Igreja, viajando a Paraiba uma semana por mes. Problemas de saúde e depois a trans-ferencia para Vitória de Santo Antão, impediram suas viagens (1916) à Paraiba, o que levou o missionário Dr. David Luke Hamilton, a assumir o pastorado da Igreja, visitando-a uma vez ao mês, o que fez início de 1922, quando viajou, em gozo de férias e deixou o pastorado.

        O pastorado David Luke Hamilton (1916-1920). O missionário David Luke Hamilton, em face do problema de saúde do Pr. João Borges, assumiu o pastorado da PIB da Parahiba do Norte (de forma simultanea com a IB Feitosa, no Recife),  visitando a Igreja uma vez no mês, quando  eram efetuados Batismos, celebrada a Ceia do Senhor e realizada a sessão adminis-trativa. Essa situação permaneceu até o final de 1920, quando viajava de férias e o missionário Johnson é eleito pastor da PIB João Pessoa (1921).
         O pastorado Johnson (1920-1922). O missionário Leslie Leonidas Johnson assume o pastorado da PIB Paraiba, na mesma situação dos anteriores, dedicando a Igreja um final de semana, quando pregava o Evagelho e doutrinava os membros, realizava batismos e a ceia do Senhor. Algumas vezes se demorava alguns dias, visitando membros ausentes  e mantendo contato com outras igrejas.

        O pastorado Jose Alves Feitosa (1922-1923). O Seminarista Jose Alves Feitosa, formando do Seminário Batista, no Recife, estava dando assistência à PIB Paraiba Norte e à IB Itabaiana (1922), quando foi convidado para assumir o pastorado da PIB Paraiba do Norte, sendo consa-grado ao ministério (21 de janeiro de 1923), tomando posse [FEITOSA, Jose Alves. Breve História dos Batistas no Brasil - Memórias, p. 73]. Na época as idéias do Movimento Radical (de oposição aos missionarios americanos) se disseminavam. Um grupo da Igreja, residente no bairro Jaguaribe, onde tinha Escola Dominical, resolveu pedir suas cartas demissórias, para se organizar ali em Igreja. Houve oposição do Pr. Feitosa, mas depois este apoiou a saída, indo muitos dos seus partidários (radicais), deixando ele próprio o pastorado a 9 de julho de 1923. O grupo de membros (33) que saiu da PIB Paraiba do Norte se uniu a outros (13) sendo  organizda a Primeira Igreja Batista Brasileira na Paraiba do Norte, a 24 de setembro de 1923, dirigida pelo Pr. Jose Alves Feitosa.

         A organização da Convenção Batista Paraibana (1924). Ao eclodir o Movimento Radical (1923), o missionário Arnald Edmund Hayes mudou-se para a Paraiba do Norte e assumiu o pastorado da PIB Paraiba do Norte. Manteve entendimentos com o Pr. Augusto Felipe Santiago (PIB Campina Grande) e com as outras igrejas e pastores do campo e, em 4 e 5 de janeiro de 1924, foi realizada (templo da PIB Paraiba do Norte), a assembleia dos mensageiros das igrejas: (a) PIB Paraíba do Norte (1914); (b) PIB de Campina Grande (1922); (c) IB de Cruz das Armas, em João Pessoa (1923); (d) PIB Natal (1919); IB de Guarabira (1923), que deliberou  se  orga-nizar como Convenção Batista Paraibana, para dirigir o trabalho cooperativo dos batistas, presi- dida  pelo Pastor Augusto Felipe Santiago e orientada pelo missionário Arnald Emund Hayes (secretário executivo-tesoureiro),  adquirindo a autonomia o campo paraibano.
           O missionario Arnald Edmund Hayes dirigiu a PIB Paraiba do Norte no periodo de 1923 a 1925, quando também coordenou o trabalho da Convenção Batista Paraibana, sendo sucedido pelos pastores  Jorge Bentemuller (1926-1928) e Antonio Marques Lisboa Dorta (1929-1932). A PIB da Parahiba do Norte teve o nome mudado para PIB João Pessoa, quando a cidade da Paraiba do Norte mudou o nome para João Pessoa, para homenagear o presidente do Estado, assassinado por razões políticas, em 1930.

        O pastorado Firmino Silva (1934-1962).  A PIB João Pessoa recebeu (1934) o seu pastor Firmino Silva, que a dirigiu durante 28 anos (1934-1962), no segundo mais longo pastorado, no qual se registram grandes atividades: (a) a mudança do  templo  para a Rua Índio Piragibe e, depois, para a Avenida Getulio Vargas, Centro, onde foi iniciada a edificação do atual templo. (b) a fundação do Instituto Batista Paraibano, no bairro de Tambiá, mais tarde passado para a Missão Batista, o qual por décadas serviu a comunidade batista e evangélica de João Pessoa; (c)

o ingresso do Pr. Firmino Silva na política, como Deputado Estadual, servindo ao Estado por dois mandatos e testemunhando que um cristão fiel por pode ser um bom politico.

         O pastorado Charles Dickson (1962-1965).  O missionario Charles William Dickson (Jun-ta de Richmond) assumiu o pastorado da PIB João Pessoa (1962), sucedendo ao pastor Firmino Silva, enquanto coordenava, como secretario executivo, o trabalho cooperativo no Estado.  Concluiu a construção do templo da PIB João Pessoa, que se tornou referência arquitetonica na cidade e atraiu muitas pessoas a Cristo.   
         O pastorado Izaias Vieira da Silva (1965-1966). O pastor Izaias Vieira da Silva assumiu o pastorado da PIB João Pessoa (1965), sucedendo ao pastor Charles Dickson, exercendo-o por breve período.  

         O pastorado Tomaz Munguba (1966-1979). O pastor Tomaz José de Aguiar Munguba foi consagrado ao ministério pastoral em 5 de novembro de 1966, em Concilio composto de vários pastores entres os quais Izaias Vieira (presidente), Charles Dickson (examinador), Natanael Medrado (entregou a Bíblia) e Jose Munguba Sobrinho (orador),  sendo consagrado e empos-sado no pastorado da Igreja na mesma ocasião. Sucedeu ao pastor Izaias Vieira no pastorado, dinamizando as atividades da Igreja na área de evangelização, plantando igrejas em vários municipios e na capital, e dinamizando o ministério com a juventude, tornando-a um grupo ativo na Igreja. No seu pastorado a Igreja enviou ao Seminario Batista (STBNB) jovens que se destacaram no ministério pastoral, como Eli Fernandes de Oliveira (IB Liberdade, SP) e Estevam Fernandes de Oliveira (atual pastor), entre outros. Conclui seu pastorado no final de novembro de 1979, quando aceitou convite para o pastordo da IB Ilheus (BA).  

          O pastorado Estevam Fernandes de Oliveira (1982-2013). O pastor Estevam Fernandes Assumiu, de forma interina, o pastorado da PIB João Pessoa em novembro de 1979, com a saida do pastor Tomaz Munguba. Eleito pastor titular da Igreja foi empossado em juno de 1980 e, de forma  paulatina, cresceu como ministro de Cristo, alcançando a estatura dos seus antecessores e levando  Igreja a crescer com ele para a glória do Senhor. 

            A PB João Pessoa, no pastorado Estevam Fernandes de Oliveira, cresceu de cerca de oitocentos para mais de três mil membros, tendo plantado várias igrejas no interior do Estado e na capital, chegando em alguns momentos a manter mais de uma dezena de obreiros em frente missionárias, como a missões evangelisticas nos bairros do Altiplano, do Porto do Capim, do Bom Samaritano e a Congre-gação do Tibiri II, além dos nucleos em Cruz das Armas e no Espaço Gospel, na Aveida Ruy Carneiro. Hoje a igreja tem se voltado mais para o ministério com casais e familias,  como o Encontro Matrimonial (EMA), Seminários para Casais, Encontro de Casais com Cristo e Cursilhos. As suas atividades de cultos abrangem os sete dias da semana, desde os dois cultos e duas escolas bíblicas dominicais matinais no templo da Avenida Getúlio Vargas, e os cultos e escola dominical noturna no Espaço Gospel na Av. Ruy Carneiro, sem descuidar dos cultos para jovens e para adolescentes em espaço e liturgia próprios. O trabalhou ministerial é desenvolvido em Rede Ministerial, dividido em pastorais, como a Pastoral da Família, da Criança, do Adolescentes, da Juventude, Social-urbana,  onde se destaca a casa Shalom, na qual crianças abandonadas encontram abrigo, amor e cuidados, a Pastoral dos Portadores de Necessidades Especiais, entre outras. A PIB João Pessoa implantou, através do Projeto Missionário  IDE, várias igrejas batista pelo interior do nosso estado.

 

          Os Pastores que serviram na PIB João Pessoa. A Primeira Igreja Batista de João Pessoa, este centenário a completar, foi pastoreada pelos servos de Deus: João Borges da Rocha (1914-1916), David Luke Hamilton (1916-1919 e 1922), Leslie Leonidas Johnson (1920-1921), Jose Alves Feitosa (1922-1923), Arnald Edmund Hayes (1923-1925), Jorge Bentemuller (1926-1928), Antonio Marques Lisboa Dorta (1932-1934), Firmino Silva (1934-1962), Charles William Dickson (1962-1965), Izaias Vieira da Silva (1965-1966), Tomaz de Aguiar Munguba (1966-1979), Estevam Fernandes de Oliveira (1979-2013).


Pr. David Luke Hamilton (1916-1922)

Pr. José Alves Feitosa (1923)

 

Pr. Arnald Edmund Hayes (1923-1925)

 

Pr. Antonio Marques Lisboa Dorta (1932-1934)

 

Pr. Firmino Silva (1934-1962)

 

Pr. Charles William Dickson (1962-1977)